sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dia dos Namorados

          Pensei em escrever algo poético, bem inspirado, para falar do Dia dos namorados, mas resolvi fazer uma reflexão. Pensem bem: 
          Se é preciso falar de amor poeticamente não estaremos sendo falsos? formais? enlatados? Precisa o amor de definições tolas e fúteis como as que conhecemos? Ou o amor seria apenas este sentimento que nos aproxima, que nos leva e traz todos os dias?
          Seria amor o gesto corriqueiro, que de tão normal se faz especial? Seria amor a folha que cai e, quando nos damos conta, está em nossas páginas marcando nossas vidas para sempre? Ou seria aquele abraço gostoso que nos delicia, o beijo que nos enleva, o toque que nos arrepia ou o olhar que nos faz corar por dentro como crianças pegas a fazer algo despermitido? 
          Acredito que quando o olhar encontra os olhos queridos este não necessita de definição. Não pode ser mensurado pela fraqueza das palavras, posto que as palavras são fracas até que se coloque o amor nelas. O amor não pode ser medido pelos anos-luz métrico-científicos, nem pesado como os teraquilos binários do universo.
          Meu amor é apenas isto: um deleite que me torna um homem completo, na essência do meu ser dialético enquanto parte de outro. Meu amor funciona simplesmente como o sopro dos ventos nas tardes bucólicas à beira-mar. Meu amor é apenas isto: é belo, é forte, é sincero, é exclusivo, é único, é sentido, é militante político, é em seu cerne apenas amor.