Viver é como uma insanidade
Que nos traz muita inquietude
Talvez por sermos essa incompletude
Que nos faz reféns dessa contrariedade
Fazendo o que não queremos fazer
Querendo o que não podemos querer
Sendo algo que não devíamos
Almejando o que não queríamos
Essa contrariedade milenar
Que mesmo Paulo não soube lidar
Mas conseguiu dar a explicação
Que consola esse nosso coração
Se somos o que não queremos
Se queremos o que não somos
Podemos deixar então pra quem pode
E faremos então parte dessa prole
Partilhando com os que não sabem o que fazem
Mas que anseiam alcançar o que é certo
Entretanto esbarram nesta incerteza que perto
Preenche o ser com coisas que não cabem