terça-feira, 29 de junho de 2010

Querência

- Quero pegar-te pelos cabelos, ó Liberdade.já que às tuas maõs não tenho acesso.
- Quero escrever Liras dos 20 anos, mesmo já tendo mais de 30.
- Quero acordar voltando a dormir, apenas para subverter a ordem das coisas naturais.
- Quero saber das coisas não sabidas pelos gênios da humanidade por falta de interesse.
- Quero escrever palavras que nunca serão lidas e nem comentadas apenas pelo prazer de escrever.
- Quero beijar a boca da mulher amada como se não fosse a primeira nem a última vez
- Quero ter em meus sonhos a realidade vivida que já não quero mais viver acordado
- Quero morrer vivendo mais que a vida que vivo hoje no momento presente do tempo

E nunca mais querer mais nem um querer apenas por ser vontade querida mais que tudo.

Censura

Correntes pesadas em mãos atadas
Chicote frio cortando a pele nua
Navios imundos transportam lotados
Ideais e ideias sendo desbotados

Internet, televisão, vinte e quatro horas
Informando, entretendo, modificando
Prendendo, manipulando a atenção
Ideias e ideais sendo veiculados

Qual a diferença afinal
Das correntes que nos cerceiam
Sejam elas feitas de puro aço
Ou de fibra ótica e areia?

domingo, 27 de junho de 2010

Eu fiz

Amei, como se amar fosse tudo
Dancei, como se a dança se esvaísse
Pulei, como se alcançasse as estrelas, contudo
Vivi, como se a vida inteira não existisse.

Sem sentido

Pensando agora no passado
Cerro os olhos por um momento
Passeando meu olhar cansado
Por este frio e cru cimento


Que cobre toda a extensão
Tirando toda a bela vida
Impermeabilizando este chão
E toda a beleza adquirida


Mas, você pode me perguntar
De que mesmo fala este poema?
Eu não saberei te explanar
Porque minha alma está pequena.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Feliz Aniversário pra mim

             Trinta e quatro anos. Seriam estes realmente os anos que vivi? Ou eu deveria descontar aqueles vividos numa subvida, sem esperança de que algo mudaria em meu futuro?
             Hoje tenho um passado atrás de mim, e um futuro à frente, mas o que sou eu nestes trinta e quatro anos vividos? Por que estou aqui escrevendo estas palavras? Para me açoitar com elas em minha autopiedade ou para alegrar-me sabendo que elas também são passado? Diria uma cara amiga para eu soltar a chibata neste momento e aproveitar o momento feliz que me acolhe.
             São momentos aprazíveis como o que experimento agora que me fazer ter uma visão positiva do futuro. Não mais aquele molequinho de pés sujos brigando por algo para comer. Não mais o pirralho limpando o sangue dos brinquedos para poder brincar. E sim o pai de família, o professor, o homem respeitado e querido que sou hoje, a despeito de onde vim e do que poderia ter me tornado.
             Talvez se eu parasse para pensar como Robert Frost, e percebesse que se eu tivesse entrado naquela outra estrada eu não estaria aqui. Mas anjos de Deus me guiaram para este momento, e apesar dos prognósticos e diagnósticos, apesar das estatísticas frias e das profecias alheias eu estou aqui., sentado em frente a este computador frio, mas pronto para dizer a mim mesmo:
             FELIZ ANIVERSÁRIO, MARCOS. VOCÊ CONSEGUIU.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Dia dos Namorados

          Pensei em escrever algo poético, bem inspirado, para falar do Dia dos namorados, mas resolvi fazer uma reflexão. Pensem bem: 
          Se é preciso falar de amor poeticamente não estaremos sendo falsos? formais? enlatados? Precisa o amor de definições tolas e fúteis como as que conhecemos? Ou o amor seria apenas este sentimento que nos aproxima, que nos leva e traz todos os dias?
          Seria amor o gesto corriqueiro, que de tão normal se faz especial? Seria amor a folha que cai e, quando nos damos conta, está em nossas páginas marcando nossas vidas para sempre? Ou seria aquele abraço gostoso que nos delicia, o beijo que nos enleva, o toque que nos arrepia ou o olhar que nos faz corar por dentro como crianças pegas a fazer algo despermitido? 
          Acredito que quando o olhar encontra os olhos queridos este não necessita de definição. Não pode ser mensurado pela fraqueza das palavras, posto que as palavras são fracas até que se coloque o amor nelas. O amor não pode ser medido pelos anos-luz métrico-científicos, nem pesado como os teraquilos binários do universo.
          Meu amor é apenas isto: um deleite que me torna um homem completo, na essência do meu ser dialético enquanto parte de outro. Meu amor funciona simplesmente como o sopro dos ventos nas tardes bucólicas à beira-mar. Meu amor é apenas isto: é belo, é forte, é sincero, é exclusivo, é único, é sentido, é militante político, é em seu cerne apenas amor.