sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Two more times

Dias modernos

 

A chuva da manhã molha a grama

Pegamos direto do pé a uva

O ar puro enche os corações

E nos banhamos na água do mar

 

Irrigadores que não fazem lama

No mercado comprar o suco de uva

Poluição a nos corroer os pulmões

E na sujeira do oceano se afogar.


 

Alma do poeta

 

Imagine se todas as palavras

E dialetos se tornassem inúteis

Não poderiam mais estas larvas

Corroerem a carne dos seres fúteis

 

Se todo verso se tornasse prosa

Toda retórica aniquilada fosse

Seria do léxico a verdadeira tosa

E levaria embora a riqueza que trouxe

 

Se toda canção se tornasse fel

Todo o farfalhar em quietude

Não mais pássaros se veria no céu

E acabaria com toda espontânea atitude

 

Mas na alma do poeta há canção

Há flores, paixão, amor, louvor

O suficiente para alegrar o coração

Até do envolto no mais profundo torpor