Escrever poesias é sofrer
as incompletudes da língua
Parte de nós que deve assim morrer
quando a emoção deixada é à míngua
É brincar com as palavras feias
e às bonitas restaurar o brilho
emaranhá-las numa perfeita teia
colocando-as como ao trem no trilho
É sentir a falsa dor pungente
que nos assola a mente e a alma
É entender que em toda a gente
não há um a quem pertença tal calma
É fazer das tripas um coração
espremendo a dor na alma sentida
Em versos transformando como canção
esvaziando-se de sua própria vida.