sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Alma do poeta

Imagine se todas as palavras

E dialetos se tornassem inúteis

Não poderiam mais estas larvas

Corroerem a carne dos seres fúteis


 

Se todo verso se tornasse prosa

Toda retórica aniquilada fosse

Seria do léxico a verdadeira tosa

E levaria embora a riqueza que trouxe


 

Se toda canção se tornasse fel

Todo o farfalhar em quietude

Não mais pássaros se veriam no céu

E acabaria com toda espontânea atitude


 

Mas na alma do poeta há canção

Há flores, paixão, amor, louvor

O suficiente para alegrar o coração

Até do envolto no mais profundo torpor